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Tudo sobre cachorros. Origem, sentidos, domesticação, raças, padrões, grupos, tamanhos e muito mais sobre o universo canino!

Origem:

(…)Para Mark Derr, autor de ‘How the dog became the dog’, a teoria de que os cães se originaram de lobos selvagens, quando os homens se tornaram sedentários, está errada. Para ele, novos dados arqueológicos e genéticos indicam que a aproximação aconteceu muito antes.
Por volta de 15.000 anos atrás, o planeta estava saindo da última Era do Gelo. À noite, lobos rondavam as primeiras aldeias pré-históricas, em busca de comida fácil, os restos jogados fora pelos humanos. Era o início de uma grande e duradoura amizade. Ao longo de gerações, as duas espécies foram se aproximando e os homens passaram a criar filhotes de lobo. Os mais mansos ficaram nas aldeias e foram se diferenciando de seus ancestrais. Sem ter que dilacerar a caça, foram perdendo a força da mordida. Mal alimentados pelos homens, com sobras, perderam tamanho. E se tornaram uma espécie diferente dos lobos, a primeira espécie animal que surgiu graças à interferência humana.

Esta é a teoria mais aceita pela maioria dos cientistas. O pesquisador americano Mark Derr, no entanto, desenvolveu novos argumentos para afirmar que a parceria homem/cão é muito mais antiga do que se pensa. No livro How the dog became the dog – from wolves to our best friends (Como o cão se tornou o cão – dos lobos aos nossos melhores amigos, sem edição em português), Derr se baseia em novos estudos genéticos e arqueológicos para defender que os primeiros cachorros apareceram há pelo menos 30.000 ou 40.000 anos, quando o Homo sapiens ainda se comportava de maneira nômade.(…)
Fonte: Veja Ciência

Sentidos:

Os cães pertencem à família dos canídeos, da qual fazem parte também as raposas e os lobos. Esta família de predadores possui sentidos apurados para a captura de presas e para proteção da matilha. Apesar da domesticação e do cruzamento seletivo, o que tornaram o cão menos dependente de seus sentidos, estes ainda são considerados habilidades sensoriais incríveis. Assim como em humanos e outros mamíferos, seus sentidos dividem-se em cinco:

olfato
Olfato: Considerado o principal sentido canino, superior a de todos os outros animais. Tal característica marcante advém das ramificações dos nervos olfativos na cavidade nasal, que ocupam 160 cm², enquanto no homem a área chega a 5 cm². Em outra comparação, as células olfativas do ser humano chegam a cinco milhões, enquanto em um cão atingem 220 milhões. Essencialmente farejador, o nariz do cão tem um grande número de fendas permanentes, diferentes de animal para animal, como as impressões digitais. Por essa razão, ele pode ser usado para a identificação individual. Os cães possuem trinta vezes mais sensores olfativos que um ser humano. Tal capacidade apurada permite a um cão adestrado/policial, por exemplo, localizar drogas, minas terrestres e pessoas sob escombros. É devido a suas dobras convolutas que qualquer cheiro, por mais sutil que seja, pode ser capturado.

Audição
Audição: Como o olfato, é outro sentido bastante desenvolvido no canino, que, diferente do ser humano, ouve sons de alta frequência e baixo volume. Por meio de suas orelhas direcionáveis, característica esta comum aos mamíferos, são capazes de localizar com precisão a direção e a origem do som em seis centésimos de segundo. São ainda capazes de ouvir a uma distância quatro vezes superior a do ser humano. Tais características concedem-lhe úteis habilidades, como a capacidade de discernir com facilidade as palavras pronunciadas por seu dono, ainda que o tom da voz e os gestos não sejam desconsiderados.

Visão
Visão: Este sentido difere dos humanos sob muitos aspectos. A visão noturna dos cães é muito mais apurada que a dos humanos. Seu ângulo de visão também é mais amplo, devido a posição de seus olhos, localizados ao lado da cabeça. Sua visão é bicromática (ao contrário dos humanos, que é tricromática), isto é, distinguem bem apenas o amarelo e o azul, além do branco (somatória das cores) e do preto (ausência delas). As cores vermelho, verde, rosa e laranja não são distinguidas pelos cães, que as vêem em branco ou preto. Os cães são mais sensíveis a luz e ao movimento, captando, com maior facilidade, algo movendo-se no escuro. Contudo, possuem menor capacidade de foco e de diferenciar as cores. Em igual, enxergam em três dimensões. A visão é ainda responsável por transmitir certas marcas comportamentais desses animais. Enquanto fitar diretamente com os olhos significa relação de entendimento e segurança, nunca fitar significa o oposto; deslocar o olhar demonstra, além de insegurança, o medo, ao passo que o olhar fixo mostra uma possível vontade de atacar.

Tato
Tato: Sentido considerado pouco desenvolvido, o tato é fundamental na relação afetiva com outros animais. Junto ao olfato, é o primeiro sentido a funcionar em um cachorro na percepção extrassensorial. Nos cães, as sensações térmicas, táteis e de dor, são percebidas pelas terminações nervosas que, densas, formam uma rede ligada à medula espinhal e ao cérebro. Ao tato está ligada a sensibilidade do animal, que sente mais o frio que o calor, respondendo com aceleração da respiração e a evaporação da água através da língua. As partes responsáveis por este sentido formam uma rede nervosa concentrada na base dos pelos, que nem sempre apresentam a mesma sensibilidade. As vibrissas, pelos longos do focinho, dos supercílios e do queixo, são particularmente providas de terminações nervosas.

paladar
Paladar: Sentido pouco desenvolvido. Em relação com o homem, possui quase nove vezes a menos o número de papilas gustativas. Por isso, o sabor que os cães sentem está diretamente ligado ao odor. É também por esta razão que podem consumir diariamente o mesmo alimento.






Domesticação:

Acredita-se que a domesticação tenha sido iniciada por volta de 12.000 anos no hemisfério norte.
Este processo deu-se início em filhotes selvagens retirado de seus iguais no período neonatal. Os lobos por terem regras hierárquicas bem definidas dentro da martilha adaptaram-se bem as condições humanas.
À partir de então alterações morfológicas, como diminuição de tamanho, reprodução precoce foram sendo impostas as novas condições ambientais desses animais.
A pedomorfose é um conjunto de alterações comportamentais que infantilizam o animal mantendo-o dependente do homem e de seus cuidados. Os cães foram então aumentando suas funções, sendo usados para caça, companhia, carne, tração e ritos sagrados. Com todas essas alterações de morfologia, comportamento e função o enriquecimento dos espécimes ocorreu, graças a mutações genéticas, a seleção natural ou a seleção intencional.

Seleção:

O homem passa a selecionar animais de acordo com suas aptidões ou beleza, assim as raças passam a existir, as primeiras raças consideradas datam de 4.500 a.C. São os molossóides (Mastife do Tibet) e Galgos (Greyhounds), cães semelhantes a lobos (Elkhound, Husky), pointers e cães pastores.

Padrões:

Na idade média as aptidões diferentes são selecionadas para os diferentes tipos de caça, sendo os braços utilizados somente apontar a caça sem latir, os corredores para cansar a presa (galgos), os que latem para a presa e os bassets para pressa entocadas.

Noção de raça, de variedades e de padrão:

Em 1984, o professor Triquet (Federação Cinológica Internacional) propôs uma definição zootécnica para a raça, variedade e padrão.
Grupo é um conjunto de raças tendo em comum certo número de características distintas e transmissíveis.
Raça é conjunto de indivíduos apresentando características comuns que os distinguem de outros representantes de sua espécie e que são geneticamente transmissíveis.
Variedade é uma subdivisão no interior de uma raça em que todos os indivíduos possuem mais uma característica comum transmissível que os distingue dos outros indivíduos de sua raça.
Padrão é o conjunto de características próprias de um raça. Para cada raça existe padrão de classificação.

Principais grupos:

 



caes-de-caca
Cães de caça: são cães de contato estreito com o homem, são de grande docidade, excelente faro e inteligência, exemplo spaniels, setters, retrivers e pointers.
São basicamente cães de localização (aponte), apreensão (recolhedores), levantadores. Dentro deste grupo existem ainda os cães conhecidos como sabujos que são cães velozes, resistentes e por isso usado na caça (faro).




caes-de-companhia
Cães de companhia: eram cães encontrados em cortes, geralmente pequenos e de comportamento calmo. Cão de companhia geralmente designa um cão que não trabalha, proporcionando apenas companhia como um animal doméstico, ao invés de fazer tarefas específicas com algum propósito importante. Todos os cães do grupo 9 na classificação FCI são cães de companhia, porém outros cães de trabalho podem ser utilizados como companhia, como os Retrievers que possuem um temperamento dócil e familiar. Os cães de companhia tendem a ser pequenos e dóceis, existem raças para todos os gostos, as favoritas são: Shih Tzu, YorkShire, Maltês, Pug, Bulldog Francês, Lasha Apso entre outros.

cao-de-guarda
Cães de guarda e utilidade: O Cão de guarda é empregado em guardar ou vigiar animais ou pessoas indesejáveis ou inesperadas.
Cães de guarda latem para alertar seus donos da presença de um intruso. O latido é também uma tentativa de espantar o intruso para fora. A função do cão de vigia termina aqui, enquanto o cão de guarda pode ser treinado para reprimir ou atacar o intruso. Por exemplo, cães de guarda de uma criação de fazenda são frequente grandes o suficiente para atacar predadores como lobos.

 

sabujo
Sabujo: é o nome dado aos cães farejadores como o beagle, o bloodhound ou o basset hound, e alguns outros. Alguns sabujos, como o foxhound americano, que é considerado o melhor sabujo de caça do mundo, são capazes de sentir o cheiro de um animal que passou pelo lugar há quatro dias. A maioria das raças de sabujos são de caça, sendo usadas para indicar o lugar da presa ao caçador.




cao-pastor
Cães Pastores: Cão pastor é todo cão usado para pastorear animais. Pode ser Ovelheiro (que pastoreia ovelhas) ou Boieiro (bois e vacas). Um exemplo é o pastor alemão. O cão pastor é treinado e educado para pastar o gado (ovelhas, vacas, bois, etc). Quando o dono do cão solta o gado, o cão tem de prestar atenção, por que ele é que controla o gado. Um exemplo de “ovelheiro” é o Pastor de Shetland, também conhecido como “Sheltie”




terrier
Terriers: surgiram na grã Bretanha. São pequenos, tenazes, audaciosos, valentes e curiosos. Usados para matar roedores e também na perseguição de raposas em tocas. Existem também terriers de médio e grande porte, como pitt bull e terrier brasileiro (Fox paulistinha), por exemplo.





Tamanhos:

A espécie canis familiaris possuem grande variação de tamanho, encontramos indivíduos de 1 a 100 quilos. Eles são divididos em 4 grandes grupos:

 

  • Raças pequenas que possuem menos de 10kg.
  • Raças medias de 10 a 25kg
  • Raças grandes de 25 a 45kg
  • Raças gigantes de 45 a 100kg